Orí é a denominação para a cabeça física. Ela contém o cérebro – a morada da sabedoria e da razão; os olhos – o farol que ilumina os caminhos dos indivíduos pelas jornadas da vida; os ouvidos – com os quais os indivíduos ouvem e reagem aos diversos estímulos sonoros; e a boca – com o qual os indivíduos se alimentam mantendo a alma e o corpo juntos, isto é, espírito e matéria; e ainda veículo pelo qual onde proferem tudo aquilo que pretendem.
O orí é todo o axé, que um indivíduo possui, e sua matriz está na cabeça. A cabeça é o local da consciência e dos principais sentidos físicos.
O orí pode ser dividido em duas porções ou partes, ou ainda, em dois outros orí: o orí odé e o orí inú.
O orí odé, é a denominação da cabeça física (a parte material), o ser exterior. Região utilizada para a base das primeiras obrigações (as obrigações iniciáticas ou introdutórias).
O orí inú, é a designação para a cabeça interior (a porção espiritual), o ser espiritual. Representa a idéia fundamental (sua essência) da personalidade, o caráter da alma do indivíduo.
Orí Inú, é o ser interior ou o ser espiritual do indivíduo, sendo imortal, sua essência pertence ao Criador – a Olodumaré, que após a morte do indivíduo, a Ele retorna. Enquanto que, Ori Odé, é a cabeça física propriamente dita ou a porção material, o ser exterior, é a parte mortal e oposta a Ori Inú.
Por conseguinte, é o orí inú que regula o orí odé. Portanto, o êxito do ser exterior está subordinado fundamentalmente no conjunto das características internas do indivíduo.
O ori inú também determina sua condições que em muitas situações e ocasiões podem ser opostas ás dos Orixás correspondentes ao indivíduo ou seu Eledá.
O Ori estabelece a divindade pessoal que possui domínio sobre a vida do indivíduo. Isto significa que, aquilo que não for aprovado pelo Orí não poderá ser realizado pelo Orixá. O Orí é o intermediário entre o indivíduo e o seu Orixá principal, como também entre todos os outros que com o indivíduo se afinizam.
O Orí é uma divindade que apresenta propósito de servir somente a um indivíduo à qual está atado pela influência direta de Olodumaré. Por isso, que o orí é o agente de maior valor dos traços típicos dos indivíduos, da individualidade pessoal.
Pois sendo a fração de mais relevância de um indivíduo, é outorgado à cabeça muita reverência (saudação) como agente primordial nos atos iniciatórios ou introdutórios.
Os ritos de Bori como de determinadas obrigações, são necessárias para restabelecerem o ponto de equilíbrio necessários entre o orí inú e o ori odé, ou seja, entre o ser espiritual (a parte interior) e o ser material (a parte exterior).